Publicado en | Neotropical Ichthyology, v.(2) |
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Autores | Albuquerque, C.Q., Mickley, N. and Muelbert, J.H. |
Año de publicación | 2010 |
DOI | https://doi.org/10.1590/S1679-62252010000200009 |
Afiliaciones |
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Programa | CRN3 |
Proyecto | CRN3070 |
Keywords | |
Estrôncio e bário foram determinados em otólitos de corvina Micropogonias furnieri coletados em habitats de água doce (lagoa Mirim) e costeiros no Sul Brasil. As análises foram realizadas utilizando-se LA-ICPMS, com o objetivo de estabelecer assinaturas químicas específicas para os diferentes habitats e avaliar a aplicabilidade da química de otólitos para o estudo de mudanças de habitat na espécie em questão para futuros estudos sobre conectividade de populações. Os animais coletados na lagoa Mirim apresentaram idade média de 34±1 anos, não sendo observados adultos jovens ou juvenis. Foi verificada uma variação significativa nas concentrações de Sr e Ba em otólitos para áreas marinhas e de água doce. Para ambientes marinhos, a idade média foi de 14±7 anos. Os valores médios de Sr e Ba foram estimados, respectivamente, em 710 e 112 µg g-1 para água doce, 2069 e 16,7 µg g-1 para água estuarina e 2990 e 2,7 µg g-1 para águas costeiras. Nos otólitos provenientes dos indivíduos de água doce, o Ba apresentou concentrações mais altas quando comparado a valores observados para outras espécies. Observou-se que a incorporação de Ba nos otólitos ao longo da vida sofre certa influência ontogenética, com valores mais altos medidos no início da vida. As concentrações de Sr em otólitos de animais costeiros aumentaram em média de 2000 a 2900 µg g-1 ao longo da vida, indicando a mudança de habitats estuarinos para marinhos. Para água doce, a concentração de Sr decresce antes do primeiro ano até valores em torno de 700 µg g-1 mantendo essa concentração por toda a vida, indicando um ambiente de água doce estável. Estes resultados confirmam o forte efeito inverso que ambientes marinhos e de água doce promovem na incorporação de Sr e Ba em otólitos e permitem sugerir que a corvina encontrada na lagoa Mirim é representada por um grupo isolado de animais com baixa probabilidade de reprodução que, portanto, será possivelmente extinto nos próximos anos.